Afastado de Vénus. Ricardo Carvalho Calero.
Douscentos mil quilómetros
afastam-te de Vénus
Nom estranhes que o amor
nom te seja propício.
Desde a terra em que vives
até ao terceiro céu,
hai
demasiada distância.
De planeta a planeta
nom poderás voar
sem as asas de Eros
inseridas em Ares.
Vénus quando quer baixa
ao leito de um mortal:
diga-o Aeneas Pius.
A iniciativa sempre,
na conjunçom do amor,
é labor feminino.
Élitros de volalha
em ombros de almafi,
avondam para a deusa.
Tal como em para-quedas,
desce até aos teus oelhos,
rindo de anos de luz,
se for a sua vontade.
Mas se és tu que a procuras,
foguete potentíssimo
impelir-te só pode.
Se nom és astronauta,
melhor é que te deites
a esperar
aquela que talvez
nom tés de abraçar nunca.
Carvalho Calero, R. (1990), Reticéncias
Versión de Milhomes. Preme aquí para escoitala.
É un poema interesante e non pensei que se puidese musicar así, adaptándose tan ben. Parabéns polo blog, Xoán estaría orgulloso!