Amigo, o teu caminho, já está andado. Ricardo Carvalho Calero.

Amigo, o teu caminho, já está andado.
Mal que bem, cumpriste umha tarefa.
Aos que a julgam com relativa severidade,
di-lhes que ti a olhas com absoluta
indiferença.
De neno, criste-te senhor da tua vida.
De velho, ves que foste só um criado.
Dumha força cega ou dumha vontade
consciente?
Nom sabes o nome do teu amo.
As belezas carnais que amaste, já esqueletos.
As ideias puras, borrosos arabescos.
A chave que che dérom para a tua traduçom,
resultou afinal que nom abria o texto.
Poderias te consolar coa graça renovada
daquela forma risonha que te engaiolou
sempre.
Mas a chuva de pétalas que outrora te
agarimou,
levou-na longe de ti um longo vento de neve.
Nom aguardas louvança, que arreu
desprezaste.
Compaixom nom a esperas, porque nunca a
pediste.
À voz incompreensível que fostrega o teu
lombo,
resposta co silêncio das tuas cicatrizes.

Carvalho Calero, R.

Se queres escoitar a versión de Santiago Ferragud, preme aquí

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